Por favor, salvem a simplicidade na comunicação

Com a correria, a crise, a pressão por resultados e milhares de outras desculpas, estamos cada vez mais distantes das pessoas. Não fisicamente, mas em conexão. E o que acontece quando não há conexão entre as pessoas? O caos. Você pode até comunicar, exaustivamente, mas não há nenhuma identificação com a mensagem.

Com a falsa percepção de que não há comunicação, nós, profissionais da área, corremos atrás de estratégias e ferramentas que possam recuperar o que supostamente foi perdido. Intranet, aplicativos, campanhas mirabolantes, tudo isso é muito bacana, e ajuda. Porém, a resolução da origem do problema depende de algo, como dizem por aí, básico.

Não existem problemas de falta de comunicação nas empresas. Aliás, existe comunicação demais. Comunicar é algo natural do ser humano. Quando nascemos, a primeira atitude que esperam de nós é um ato de comunicação. Então, o que precisa ser priorizado nas organizações é a estratégia e a relevância do que é comunicado. Só que precisa ser relevante também para os colaboradores. Se as empresas não criam conexões com os seus funcionários ou, o que é pior, nem mesmo priorizam o diálogo aberto e sincero, a comunicação vai ocorrer de qualquer forma. Aí não adianta reclamar que existe fofoca, desmotivação, insegurança.

A habilidade de criar conexões com as pessoas deveria ser tão valorizada nos processos de recrutamento e avaliação, principalmente dos gestores, quanto os conhecimentos técnicos e a capacidade de entrega. Profissionais comunicadores, que geram empatia, conexão, inspiram as pessoas. Este deve ser o principal canal de comunicação. Mas, se for assim, para que servem os profissionais de comunicação? Servem para pensar em estratégias de suporte e tornar o processo mais simples.